segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O trabalho do professor do AEE na SRM


O trabalho do professor do AEE em SRM

 

O professor especialista no Atendimento Educacional Especializado- AEE, tem formação específica para atender na Sala de Recursos Multifuncionais - SRM, de forma a atender os objetivos da especial na visão da educação inclusiva. A especialização se dá através de cursos de formação continuada, de aperfeiçoamento ou pós-graduação.

O papel do professor do AEE, na escola, em SRM, visa assegurar o atendimento do aluno de forma a complementar ou suplementar a sua formação. É realizado na própria escola de origem do educando, ou na mais próxima, no turno oposto ao do ensino regular.

Sua população alvo são os alunos com deficiência, aqueles que são impedidos ao longo prazo na forma física, intelectual ou sensorial. Os alunos com transtornos globais do desenvolvimento, que tem alterações qualitativas das interações sociais e recíprocas e na comunicação, com atividades e interesses restritos, estereotipados e repetitivos. São exemplos: os autistas, os portadores de síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. Também, são pertencentes ao grupo alvo, os alunos com altas habilidades e/ ou superdotação, que demonstram alto potencial intelectual, em uma ou mais áreas do conhecimento, conforme estabelecido na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e no Decreto nº 6.571/2008.

O Projeto Político Pedagógico da escola deve contemplar a oferta do AEE.  Nele devem constar a organização e recursos para o AEE, à sala de recursos multifuncionais; a indicação do professor para o atendimento e como ocorrerá a sua articulação com os demais colegas; a dupla matrícula dos alunos da SRM, para fins de obter recursos específicos para a sala, conforme artigo 4º, do Decreto nº 7.611/2011; a aquisição de equipamentos; o intercâmbio entre os diversos setores da comunidade e profissionais com a finalidade de apoio e articulação, de maneira interna ou externa à escola.

Como o PPP define os fundamentos da estrutura escolar. É importante que seus propósitos sejam de uma escola que acolha e atenda as diferenças. E não faça a segmentação dos seus alunos por categorias e sim a inclusão como um todo, respeitando as diferenças e acolhendo os indivíduos como sujeitos capazes de sua própria aprendizagem.

O professor do AEE necessita conhecer a realidade do aluno que é encaminhado para a sala de recursos multifuncionais. E o estudo de caso é o primeiro passo do conhecimento do aluno pelo professor do AEE. Nele é demonstrado o que se conhece do aluno.  Iniciando pelo sujeito, por sua história, seus anseios, suas vivências, seus saberes e seus desejos. Ao se tomar conhecimento das peculiaridades do ser humano que se vai atender, inicia-se o atendimento. E para que se efetive a ação deste atendimento o professor precisa ouvir as razões do encaminhamento do aluno, para a SRM. Também é necessário ouvir as queixas trazidas pelo professor, pela família e pelo próprio aluno. As informações são colhidas através de entrevistas e também, através de observações dos relacionamentos e aprendizagens do aluno em sala de aula. Todas as informações colhidas serão alvo do planejamento do profissional do AEE.

Numa segunda etapa, o professor do AEE analisa o tipo do problema que atinge o aluno. Podendo ser de origem cognitiva; de linguagem; do ambiente escolar, familiar ou cultural; de saúde e desenvolvimento físico; afetivo; social e de aprendizagem.

Com a coleta de todas as informações e meios para o atendimento na sala de recursos multifuncionais, o professor do AEE, realiza o seu planejamento. Nele serão propostas atividades que promovam o vínculo com o aluno e que sejam organizadas, situações de aprendizagem, a partir dos interesses e necessidades do educando. Também serão dadas opções de jogos que demandem desafios e que para suas soluções sejam usadas de diversas estratégias, baseadas em conhecimentos prévios, contextualizados pelos alunos.

É responsabilidade do especialista em AEE, criar estratégias pedagógicas e adequar materiais e espaços, para que o aluno disponha de todos os recursos disponíveis, para que junto de seus pares, em aula e em todo o ambiente escolar, realizar suas atividades, de acordo com Ropoli (2010).

Na organização do atendimento em AEE, o aluno será atendido de forma individual ou em pequenos grupos. O professor do AEE é o responsável em auxiliar o aluno a conhecer e se apropriar do uso das diversas tecnologias que dispõe, bem como de todos os materiais disponíveis na escola, de forma a ser instrumentalizado a aplicá-los tanto em sala de aula, quanto aos momentos de estudo em casa.

 Junto ao professor da classe, o professor especialista informa quais os melhores caminhos para a construção da aprendizagem do aluno. Juntos, definirão as melhores estratégias pedagógicas e recursos para favorecerem o educando na interação, com o grupo e na sua participação nos projetos e nas atividades escolares.

A avaliação do aluno será realizada durante o desenvolvimento do trabalho. O registro do desenvolvimento do aluno, durante o processo avaliativo, será feito de forma individual.  Verificam-se os resultados alcançados, reestruturando o plano de atendimento, onde for necessário.

 Para Amancio (2011) o plano do AEE contribuirá para o crescimento do aluno, de forma a promover o desenvolvimento da autonomia do sujeito, em busca da sua independência frente a toda e qualquer situação de aprendizagem.

REFERÊNCIAS

AMANCIO, Gigi. O atendimento educacional especializado para o aluno com deficiência intelectual. Disponível em: < http://gigi-amancio.blogspot.com.br/2011/06/o-atendimento-educacional-especializado.html> Acesso em 31/07/2013.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Inclusão: revista da educação especial, v. 4, n 1, janeiro/junho 2008. Brasília: MEC/SEESP, 2008.

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto nº 7.911, de 17 de novembro de 2011.
Ropoli, Edilene Aparecida et. al. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Vol. 1. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010.