O trabalho do professor do AEE em SRM
O professor especialista no Atendimento Educacional
Especializado- AEE, tem formação específica para atender na Sala de Recursos
Multifuncionais - SRM, de forma a atender os objetivos da especial na visão da
educação inclusiva. A especialização se dá através de cursos de formação
continuada, de aperfeiçoamento ou pós-graduação.
O
papel do professor do AEE, na escola, em SRM, visa assegurar o atendimento do
aluno de forma a complementar ou suplementar a sua formação. É realizado na
própria escola de origem do educando, ou na mais próxima, no turno oposto ao do
ensino regular.
Sua
população alvo são os alunos com deficiência, aqueles que são impedidos ao
longo prazo na forma física, intelectual ou sensorial. Os alunos com
transtornos globais do desenvolvimento, que tem alterações qualitativas das
interações sociais e recíprocas e na comunicação, com atividades e interesses
restritos, estereotipados e repetitivos. São exemplos: os autistas, os
portadores de síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. Também, são
pertencentes ao grupo alvo, os alunos com altas habilidades e/ ou superdotação,
que demonstram alto potencial intelectual, em uma ou mais áreas do conhecimento,
conforme estabelecido na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva e no Decreto nº 6.571/2008.
O
Projeto Político Pedagógico da escola deve contemplar a oferta do AEE. Nele devem constar a organização e recursos
para o AEE, à sala de recursos multifuncionais; a indicação do professor para o
atendimento e como ocorrerá a sua articulação com os demais colegas; a dupla
matrícula dos alunos da SRM, para fins de obter recursos específicos para a
sala, conforme artigo 4º, do Decreto nº 7.611/2011; a aquisição de
equipamentos; o intercâmbio entre os diversos setores da comunidade e
profissionais com a finalidade de apoio e articulação, de maneira interna ou
externa à escola.
Como
o PPP define os fundamentos da estrutura escolar. É importante que seus
propósitos sejam de uma escola que acolha e atenda as diferenças. E não faça a
segmentação dos seus alunos por categorias e sim a inclusão como um todo,
respeitando as diferenças e acolhendo os indivíduos como sujeitos capazes de
sua própria aprendizagem.
O
professor do AEE necessita conhecer a realidade do aluno que é encaminhado para
a sala de recursos multifuncionais. E o estudo de caso é o primeiro passo do
conhecimento do aluno pelo professor do AEE. Nele é demonstrado o que se
conhece do aluno. Iniciando pelo
sujeito, por sua história, seus anseios, suas vivências, seus saberes e seus
desejos. Ao se tomar conhecimento das peculiaridades do ser humano que se vai
atender, inicia-se o atendimento. E para que se efetive a ação deste
atendimento o professor precisa ouvir as razões do encaminhamento do aluno,
para a SRM. Também é necessário ouvir as queixas trazidas pelo professor, pela
família e pelo próprio aluno. As informações são colhidas através de
entrevistas e também, através de observações dos relacionamentos e
aprendizagens do aluno em sala de aula. Todas as informações colhidas serão
alvo do planejamento do profissional do AEE.
Numa
segunda etapa, o professor do AEE analisa o tipo do problema que atinge o
aluno. Podendo ser de origem cognitiva; de linguagem; do ambiente escolar,
familiar ou cultural; de saúde e desenvolvimento físico; afetivo; social e de
aprendizagem.
Com
a coleta de todas as informações e meios para o atendimento na sala de recursos
multifuncionais, o professor do AEE, realiza o seu planejamento. Nele serão
propostas atividades que promovam o vínculo com o aluno e que sejam
organizadas, situações de aprendizagem, a partir dos interesses e necessidades
do educando. Também serão dadas opções de jogos que demandem desafios e que
para suas soluções sejam usadas de diversas estratégias, baseadas em
conhecimentos prévios, contextualizados pelos alunos.
É
responsabilidade do especialista em AEE, criar estratégias pedagógicas e
adequar materiais e espaços, para que o aluno disponha de todos os recursos
disponíveis, para que junto de seus pares, em aula e em todo o ambiente escolar,
realizar suas atividades, de acordo com Ropoli (2010).
Na
organização do atendimento em AEE, o aluno será atendido de forma individual ou
em pequenos grupos. O professor do AEE é o responsável em auxiliar o aluno a
conhecer e se apropriar do uso das diversas tecnologias que dispõe, bem como de
todos os materiais disponíveis na escola, de forma a ser instrumentalizado a
aplicá-los tanto em sala de aula, quanto aos momentos de estudo em casa.
Junto ao professor da classe, o professor
especialista informa quais os melhores caminhos para a construção da
aprendizagem do aluno. Juntos, definirão as melhores estratégias pedagógicas e
recursos para favorecerem o educando na interação, com o grupo e na sua
participação nos projetos e nas atividades escolares.
A
avaliação do aluno será realizada durante o desenvolvimento do trabalho. O
registro do desenvolvimento do aluno, durante o processo avaliativo, será feito
de forma individual. Verificam-se os
resultados alcançados, reestruturando o plano de atendimento, onde for
necessário.
Para Amancio (2011) o plano do AEE contribuirá
para o crescimento do aluno, de forma a promover o desenvolvimento da autonomia
do sujeito, em busca da sua independência frente a toda e qualquer situação de
aprendizagem.
REFERÊNCIAS
AMANCIO, Gigi. O atendimento educacional especializado
para o aluno com deficiência intelectual. Disponível em: < http://gigi-amancio.blogspot.com.br/2011/06/o-atendimento-educacional-especializado.html>
Acesso em 31/07/2013.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação
Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva. Inclusão: revista da
educação especial, v. 4, n 1, janeiro/junho 2008. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
BRASIL, Ministério da
Educação. Secretaria de Educação Especial.
Decreto nº 7.911, de 17 de novembro de 2011.
Ropoli, Edilene Aparecida
et. al. A Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Vol. 1. Fortaleza:
Universidade Federal do Ceará, 2010.
Que belo texto Denise! Compactuo especialmente quando tu apontas Ropoli (2010) - a execução das tarefas junto aos pares, mesmo com uso de tecnologia diversa é um desafio a ser perseguido diariamente pelo professor de AEE e a necessidade do espaço de interlocução entre o professor desala de aula e o professor especialista para a construção de um plano onde estratégias de ensino favoreçam o aluno em todos os âmbitos da sua vida escolar.
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