A negação de preceitos importantes como
a legitimidade da Língua de Sinais, reafirma preconceitos que são vigentes em
sociedade. A normalização através da valorização de estereótipos faz com que
ainda nos dias de hoje, profissionais e espaços educacionais continuem
centrados nos modelos de ensino onde o oralismo é o primeiro meio de
comunicação. Negando a legitimação de Libras como essencial para o
desenvolvimento social e cognitivo das pessoas com surdez, conforme Damázio.
Todo aluno precisa ser atendido
independente de sua condição. Não pode haver entraves para que ocorra
aprendizagem. A inclusão é o acolhimento do ser humano. Precisa romper
fronteiras, quebrar preconceitos e dar a todos irrestritas possibilidades educacionais
e sociais, conforme Alvez, Ferreira e Damázio (2010).
Ainda
segundo os mesmos autores, a PS precisa de um ambiente educacional que a
estimule, desafie e exercite a sua capacidade perceptivo-cognitiva. O
conhecimento de Libras, por si só, não garante uma aprendizagem significativa.
O ambiente escolar precisa provocar a capacidade representativa da PS para que
haja o desenvolvimento do pensamento, da linguagem e da produção de sentidos.
Para Alvez, Ferreira e Damázio (2010):
“...a
urgência de deflagrarmos iniciativas que descontruam os modelos conservadores da escola comum, para gestarmos formas de
fazer uma educação escolar inclusiva pautada no reconhecimento e valorização
das diferenças” (p.22),
mostra
uma efetiva e coerente educação escolar inclusiva de alunos que são surdos na
escola comum.
O AEE para promover o acesso do aluno
com surdez ao ambiente inclusivo de aprendizagem passa por três atendimentos:
AEE em Libras, o AEE de Libras e o AEE de Língua Portuguesa. As atividades
desenvolvidas no AEE serão complementares e em contra turno escolar.
O AEE em Libras é a articulação entre
o atendimento educacional especializado e o ensino comum. O professor do AEE
retoma ideias essenciais dos ensinamentos se sala de aula. O trabalho será realizado
em Libras, com muitos materiais com estímulos visuais e concretos. O
atendimento contribui para que o aluno surdo compreenda o que é ministrado pelo
professor em aula e possa interagir com seus colegas.
O AEE em Libras proporcionará ao aluno
surdo à possibilidade de formar ideias, a partir de questionamentos com vistas
à construção de conhecimentos.
Os
alunos e o professor em Libras, na sala multifuncional trabalham juntos a uma
maquete.
O AEE de Libras é o ensino da língua
de sinais para o aluno surdo. O professor será preferencialmente surdo. O
planejamento do professor de Libras será baseado no diagnóstico do aluno, para
saber em qual estágio ele se encontra.
A língua de sinais é natural e
complexa que utiliza o canal visual-espacial, articulação das mãos, e expressões
faciais e do corpo, para estabelecer sua estrutura. É composta dos aspectos
linguísticos: fonológico, morfológico, sintático e semântico.
A
professora de Libras apresenta um painel com fotos de cidade e o aluno explica
através da língua de sinais. No quadro verde há mais fotos de cidade e fazenda.
O AEE de Língua Portuguesa é
específico do ensino do português escrito realizado por um profissional
habilitado na área.
A apropriação da Língua Portuguesa
escrita precisa de atividades e reflexão sobre o seu uso. O conhecimento da
gramática normativa amplia o desempenho linguístico.
O português escrito (PE) para o surdo,
numa perspectiva inclusiva, será produtivo quando for concebido: língua e
linguagem como processo de interação e utilizável nas práticas sociais.
O ensino da Língua Portuguesa iniciada
pelo processo de letramento irá desenvolver e aperfeiçoar a língua, nas várias
práticas sociais e levará o indivíduo a se apropriar da escrita. Com o
conhecimento da língua através da reflexão permitirá ao aluno conhecer e usar a
gramática e produzir vários gêneros textuais, ampliando seu desempenho
linguístico, de acordo com Alvez, Ferreira e Damázio (2010).
A professora de Língua Portuguesa utiliza um livro com
imagens para explorar conceitos com seu aluno surdo.
Referências:
ALVES, Carla Barbosa, FERREIRA, Josimário de Paula e
DAMÁSIO, Mirlene Macedo. A Educação
Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: abordagem bilíngue na
escolarização de pessoas com surdez. Brasília: Ministério da Educação Especial:
( Fortaleza): Universidade Federal do Ceará, 2010.
DAMÁSIO, Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar da Pessoa com Surdez: uma rápida
contextualização histórica.
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